sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Paciente é encontrado morto em hospital psiquiátrico de Maceió
Serviço Social da unidade hospitalar afirma não sabe o que provocou a morte do paciente

15:36 - 15/02/2010


Enfermeiros do Hospital Psiquiátrico José Lopes, situado no bairro Mutange, em Maceió, encontram um paciente em óbito na tarde desta segunda. As causas da morte ainda são desconhecidas de acordo com o Serviço Social da unidade hospitalar.

O Instituto de Criminalística (IC) esteve no local para periciar o corpo. Procurada por nossa equipe de reportagem, ninguém da direção se pronunciou sobre o caso e uma assistente social identificada apenas como Lúcia, afirmou que não nada a comentar sobre a morte ocorrida no Hospital Psiquiátrico José Lopes.


Fonte: TNH hot

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Saúde Mental

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Filmes


A Extração da Pedra da Loucura - Hieronymus Bosch

A Extracção da Pedra da Loucura é uma das obras pictóricas pertencentes à primeira etapa do pintor holandês Hieronymus Bosch, realizada entre 1475 e 1480, e incluída num conjunto de gravuras satíricas e burlescas que na altura se realizavam nos Países Baixos. É um óleo sobre madeira, de 48 x 35 cm. Actualmente encontra-se no Museu do Prado, em Madrid.

Hieronymus Bosch mostra a loucura e a credulidade humanas. O que se representa em A Extracção da Pedra da Loucura é uma espécie de operação cirúrgica que se realizava durante a Idade Média, e que segundo os testemunhos escritos sobre ela, consistia na extirpação de uma pedra que causava a loucura do homem. Acreditava-se que os loucos eram aqueles que tinham uma pedra na cabeça.

Na obra aparece um falso médico que em vez de um barrete usa um funil na cabeça (símbolo da estupidez), extrai a pedra da cabeça de um indivíduo que olha em direcção a quem vê o quadro, ainda que em realidade o que está a extrair é uma flor, uma tulipa. A sua bolsa de dinheiro é atravessada por um punhal, símbolo do seu delito. É usado como uma crítica contra os que acreditam estar em posse do saber mas que, afinal, são mais ignorantes que aqueles a quem pretendem curar da sua «loucura». Um frade e uma freira estão presentes também na cena; a religiosa tem um livro ferrado em cima da cabeça: isto pode ser uma espécie de alegoria à superstição e à ignorância, de que se acusava fortemente o clero. Esta figura feminina pode ser entendida igualmente como uma bruxa com o livro dos conjuros sobre a cabeça. O frade sustém um cântaro de vinho. O tema do quadro juntamente com o formato circular em que se realiza poderia remeter de certo modo a um espelho, e assim parece atirar ao mundo a imagem da sua própria estupidez ao desejar superá-la deste modo tão erróneo. A legenda que aparece escrita no quadro diz Meester snyt die Keye ras, myne name is lubbert das, que significa Mestre, extrai-me a pedra, meu nome é Lubber Das. Lubber Das era um personagem satírico da literatura holandesa que representava a estupidez

domingo, 21 de fevereiro de 2010

A Reforma Psiquiátrica brasileira: ajudando a construir e fortalecer o Sistema Único de Saúde





Maria Tavares Cavalcanti

Instituto de Psiquiatria, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.
mariatavarescavalcanti@gmail.com





A psiquiatria nasceu associada às suas formas institucionais de cuidado, e o seu início confunde-se com o próprio surgimento dos asilos, espaços que "protegeriam" os alienados e os separariam de outros "párias" da sociedade, como bem demonstrou Foucault em sua "história da loucura".

No Brasil, a medicina mental começou no século XIX, e como na Europa, os hospícios tornaram-se locais super povoados excedendo suas capacidades inicialmente previstas. Por que os hospícios fracassaram como lugar de cuidado e se tornaram locais de abandono? Seria a falta de tratamento eficiente ou de profissionais suficientemente dedicados às suas tarefas? Ou há algo da própria especificidade da psiquiatria que obriga a um cuidado mais singular e menos massificado?

Após a II Grande Guerra, surgiram na Europa e nos Estados Unidos os movimentos de transformação da assistência psiquiátrica direcionados à diminuição de leitos nos hospitais psiquiátricos e à implantação de um cuidado territorial e comunitário.

No Brasil, a Reforma Psiquiátrica confunde-se com o próprio movimento pela Reforma Sanitária e com o processo de redemocratização do país. As lutas pela abertura política e por uma saúde pública de acesso universal caminharam juntas com a busca por uma assistência psiquiátrica mais humana e voltada para a melhoria da qualidade de vida por meio da ampliação das redes afetivas e sociais. O debate sobre os rumos e diretrizes para o setor saúde culminou com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) em 1990. Na saúde mental, a oposição ao modelo assistencial hegemônico centrado no hospital psiquiátrico deu origem à chamada Reforma Psiquiátrica, impulsionada pelo Movimento da Luta Antimanicomial.

A estratégia adotada pelo Ministério da Saúde para fomentar o redirecionamento da assistência foi a implantação de serviços de saúde mental comunitários em todo o país, denominados Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Dada a diversidade de porte populacional entre os municípios, diferentes modalidades de CAPS foram criadas, incluindo CAPSad, específicos para portadores de transtornos ligados ao consumo abusivo de álcool e outras drogas, e CAPSi voltados para a atenção a crianças e adolescentes.

Além dos CAPS a rede pública de cuidados na comunidade de base municipal é composta por serviços residenciais terapêuticos, centros de convivência, ambulatórios de saúde mental e hospitais gerais. Os CAPS são articuladores da política de saúde mental num determinado território e têm como função organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais, prestando atendimento em regime de atenção diária e promovendo a inserção social de pessoas com transtornos mentais por intermédio de ações intersetoriais.

O desafio atual diz respeito às formas de integração e articulação da saúde mental com a atenção básica, uma vez que a cobertura oferecida pelos serviços especializados é insuficiente para a maior parte da população que necessita de assistência em saúde mental. Essa integração encontra-se na ordem do dia e a recente Portaria nº. 154/2008, do Ministério da Saúde, cria os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASFs). Sua forma de funcionamento ainda está em debate e, certamente, apenas o tempo poderá nos indicar os benefícios que eles irão trazer para o enraizamento de uma assistência à saúde mental realmente de base comunitária.


© 2010 Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Nise da Silveira

Em épocas de eletrochoques, Nise da Silveira enfrentou os procedimentos estabelecidos e apostou na arte e na interação como métodos de terapia psiquiátrica. Única mulher entre os 157 homens da turma de Faculdade de Medicina da Bahia a formar-se em 1926, foi presa dez anos depois pela posse de livros marxistas. Na prisão conheceu Olga Benário, Graciliano Ramos e outros participantes do movimento comunista, que se tornaram amigos seus.
Iniciou os trabalhos de terapia ocupacional no Brasil e fundou, em 1952, o Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro, documentando os trabalhos de seus pacientes nas oficinas de modelagem e pintura, valorizando-os como forma de compreender profundamente o universo interior do esquizofrênico.

Política Nacional de Saúde Mental

Breve Histórico

A internação de pessoas portadoras de transtornos mentais no Brasil remonta à metade do Século XIX. Desde então, atenção aos portadores de transtornos mentais foi sinônimo de internação em hospitais psiquiátricos especializados. A oferta desse atendimento hospitalar concentrou-se nos centros de maior desenvolvimento econômico do país e deixou vastas regiões carentes de qualquer recurso de assistência em saúde mental.

A partir dos anos 70, iniciam-se experiências de transformação da assistência, pautadas no começo pela reforma intramuros das instituições psiquiátricas (comunidades terapêuticas) e mais tarde pela proposição de um modelo centrado na comunidade e substitutivo ao modelo do hospital especializado.

Com a proclamação da Constituição, em 1988, cria-se o Sistema Único de Saúde (SUS) e são estabelecidas as condições institucionais para a implantação de novas políticas de saúde, entre as quais a de saúde mental.


Consoante com diversas experiências de reforma da assistência psiquiátrica no mundo ocidental e as recomendações da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) contidas na Carta de Caracas (1990), o Ministério da Saúde, a partir da década de 90, define uma nova política de saúde mental que redireciona paulatinamente os recursos da assistência psiquiátrica para um modelo substitutivo, baseado em serviços de base comunitária. Isto é, que oferecem cuidados na comunidade e em articulação com os recursos que a comunidade oferece. Incentiva-se a criação de serviços em saúde mental públicos e territorializados (território é a designação não apenas de uma área geográfica, mas das pessoas, das instituições, das redes e dos cenários nos quais se dão a vida comunitária), ao mesmo tempo em que se determina a implantação de critérios mínimos de adequação e humanização do parque hospitalar especializado.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Programa de Volta pra Casa

O Programa de Volta para Casa foi instituído pelo Presidente Lula, por meio da assinatura da Lei Federal 10.708 de 31 de julho de 2003 e dispõe sobre a regulamentação do auxílio-reabilitação psicossocial a pacientes que tenham permanecido em longas internações psiquiátricas.

O objetivo deste programa é contribuir efetivamente para o processo de inserção social dessas pessoas, incentivando a organização de uma rede ampla e diversificada de recursos assistenciais e de cuidados, facilitadora do convívio social, capaz de assegurar o bem-estar global e estimular o exercício pleno de seus direitos civis, políticos e de cidadania.

Além disso, o De Volta para Casa atende ao disposto na Lei 10.216 que determina que os pacientes longamente internados ou para os quais se caracteriza a situação de grave dependência institucional, sejam objeto de política específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida.

Em parceria com a Caixa Econômica Federal, o programa conta hoje com mais de 2600 beneficiários em todo o território nacional, os quais recebem mensalmente em suas próprias contas bancárias o valor de R$240,00.

Em conjunto com o Programa de Redução de Leitos Hospitalares de longa permanência e os Serviços Residenciais Terapêuticos, o Programa de Volta para Casa forma o tripé essencial para o efetivo processo de desinstitucionalização e resgate da cidadania das pessoas acometidas por transtornos mentais submetidas à privação da liberdade nos hospitais psiquiátricos brasileiros.

O auxílio-reabilitação psicossocial, instituído pelo Programa de Volta para Casa, também tem um caráter indenizatório àqueles que, por falta de alternativas, foram submetidos a tratamentos aviltantes e privados de seus direitos básicos de cidadania.

Fonte:Ministério da Saúde

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Bispo do Rosario - Obras

Filme: Bicho de Sete Cabeças

Retrata a barbárie e o tratamento desumano no cotidiano de um Hospital Psiquiátrico.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Profeta Gentileza

No dia 17 de dezembro de 1961, na cidade de Niterói, quando tinha 44 anos, houve um grande incêndio no circo “Gran Circus Norte-Americano“, o que foi considerado uma das maiores tragédias circenses do mundo. Neste incêndio morreram mais de 500 pessoas, a maioria, crianças. Na antevéspera do natal, seis dias após o acontecimento, José acordou alucinado ouvindo “vozes astrais“, segundo suas próprias palavras, que o mandavam abandonar o mundo material e se dedicar apenas ao mundo espiritual. O Profeta pegou um de seus caminhões e foi para o local do incêndio. Plantou jardim e horta sobre as cinzas do circo em Niterói, local que um dia foi palco de tantas alegrias, mas também de muita tristeza. Aquela foi sua morada por quatro longos anos. Lá, José Datrino incutiu nas pessoas o real sentido das palavras “Agradecido” e “Gentileza”. Foi um consolador voluntário, que confortou os familiares das vítimas da tragédia com suas palavras de bondade. Daquele dia em diante, passou a se chamar “José Agradecido“, ou simplesmente “Profeta Gentileza”.

Franco Basaglia

Um dos psiquiatras mais discutidos no mundo, em função dos trabalhos que desenvolveu na Itália, em 1961 deixou a Universidade de Pádova para dirigir o Hospital Psiquiátrico de Gorizia.

Tendo como base a experiência da Comunidade Terapêutica desenvolvida por Maxwell Jones na Escócia, introduziu uma série de transformações naquela instituição e no Hospital Psiquiátrico Regional de Trieste, para onde se transferiu em 1971. Acabou com as medidas institucionais de repressão, criou condições para reuniões entre médicos e pacientes e devolveu ao doente mental a dignidade de cidadão. Seu livro “A Instituição Negada” é considerado uma obra-prima da Psiquiatria contemporânea.

Visitou o Brasil na década de 70, tornando-se uma figura emblemática na questão da luta antimanicomial brasileira.

Bar Bibi- Tantã recebe Menção de Reconhecimento

O Bar Bibi-Tantã um dos empreendimentos de trabalho da saúde mental que impulsionaram as primeiras reuniões da Rede de Saúde Mental e Economia Solidária, recebeu na cerimônia em comemoração ao Dia Mundial da Saúde Mental, uma menção de reconhecimento de experiência exitosa dada pela Coordenação Nacional de Saúde Mental/ Ministério da Saúde.

Desinstitucionalização do Hospital Psiquiátrico José Roberto Maia

No dia 17 de Novembro de 2009 foi assinado um termo de compromisso entre Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria de Saúde de Camaragibe, com objetivo de descredenciar o Hospital José Alberto Maia, hoje com 542 pacientes de longa permanência.

Direitos Humanos

O sujeito portador de transtorno mental internado numa instituição psiquiátrica é, “antes
de mais nada, um homem sem direitos, submetido ao poder da instituição, à mercê,
portanto, dos delegados da sociedade (os médicos) que o afastou e o excluiu” (Basaglia:
1985, 107).
A crítica a esse modelo e a construção de alternativas ao mesmo, representam um
imperativo ético, tanto no que diz respeito ao aspecto profissional, quanto ao resgate e
afirmação dos direitos humanos dos sujeitos adoecidos, muitos destes em decorrência
das contradições do sistema de produção capitalista.
No Brasil, apesar dos avanços legislativos no campo da saúde mental, a cultura da
impunidade e da violação dos Direitos Humanos dos portadores de transtornos mentais
permanece, sobretudo nos hospitais psiquiátricos que ainda se encontram em
funcionamento .
A tradicional forma de “tratar” a loucura, dispensada, sobretudo à classe trabalhadora
que perdeu a capacidade laborativa, caracteriza-se pelo asilamento e pela violência
institucionalizada. O sujeito portador de transtorno mental, internado numa
instituição psiquiátrica muitas vezes constitui-se em um homem sem
direitos (civis, políticos, econômicos, culturais e sociais).